terça-feira, 24 de junho de 2008

Giselle e Gilberto:irmãos e formandos


Há dez anos participo de eventos, feiras, stands promocionais e campanhas publicitárias que envolvem a interação com o público, através de caricaturas, criando um ambiente de descontração e parceria...No caso, as caricaturas dos simpáticos irmãos são para ilustrar o www.guiadeformatura.com.br
Contatos: (31 99299882 - www.guz.com.br

segunda-feira, 16 de junho de 2008

terça-feira, 10 de junho de 2008

Azurita :uma visão a partir do coração , nas Páginas Azuritenses...


Marcelo Lopes Costa, amigo de um tempo informado pelo carinho, presenteou-me com o mais brilhante mimo de minha ziguezagueante carreira artística: a oportunidade de ilustrar o seu livro Páginas Azuritenses. Nas crônicas, o humor se associa ao pitoresco,resultado de uma convivência que transborda da prática generosa da medicina a todos que dela necessitam. Lugar geométrico do seu afeto, Azurita , seu povo amável e hospitaleiro, estão agora disponíveis para quem ainda não os conhece. Oftalmologista emérito, Marcelo nos ensina que, apesar da maravilha de nossos olhos, a melhor visão do mundo é sempre através do coração. Aos interessados, o livro, lançado no último domingo, 8 de junho, pode ser adquirido pelo fone (31) 32250055, através da Silvana.Toda a venda é destinada às obras sociais de Azurita.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Finalmente: um blog sobre CRIATIVIDADE , para criativas e criativos!



Viva o Playshop

(e abaixo o Workshop!).

(Introdução ao PowerPoint)

Em primeiro lugar, eu gostaria de me apresentar como um desenhista de humor.
Eu não sou humorista. Eu nunca fui muito bom para contar piadas, apesar de gostar muito. Querem ver como estou falando a verdade: esta é a menor piada de norueguês que eu conheço. Um norueguês, porque neste aspecto, eu sou como o Jô.
Acho uma baixaria contar piada de português.

Daí sabem o que falou um norueguês chamado Manuel quando começou a limpar um espelho. Pois baim, ou limpa eu, ou limpa você!

Eu espero que vocês hoje conheçam um novo tipo de palestra. Playshop no lugar de Workshop. Sala de recreio em vez de oficina. Hoje quase todas as escolas têm as suas salas de recreio.

Por falar em sala de aula, vamos ver como vocês estão afiados em História Geral. E como sairiam num Show do milhão:

•Hitler inventou o nazismo

•Mussolini, o fascismo.

•Stalin, o comunismo.

•Franco, o franquismo.

•Salazar, o salazarismo.

• E Lula? O turismo.

Essa é boa, não é mesmo? Então, palmas para o Max Nunes. É dele.

Porque as empresas também não deveriam ter uma (sala de recreio), pelo menos? Porque nós sempre falamos: oi, benzinho, hoje à noite vamos ver uma comédia para rirmos e relaxarmos um pouco?(Não estamos falando de programas políticos) E nunca dizemos: oi, bem, estou indo para a empresa para me divertir um pouco... Porque lá é um lugar de gente séria, gente que não brinca em serviço. Nunca! Imaginem se eu, um operador de ponte rolante, fica rindo no serviço. Qualquer coisa, pimba. A carga caindo na cabeça de alguém. A atenção é fundamental, não há dúvida, e para tudo tem há sua hora. Mas ninguém pode ficar tenso durante um turno inteiro. Disso advirá o estresse, o colapso, e todos nós sabemos os acidentes. O riso é fundamental para a nossa existência porque está ligado à nossa emoção. Dentre as funções da expressão emocional, o riso vem em primeiro lugar, pois, segundo Darwin, estudado por Asch (1977), os movimentos faciais a que denominamos expressivos eram, originariamente, parte de atividades práticas. Mostrar os dentes fazia parte da preparação para o ataque.

Quais são os últimos anúncios de TV que lembramos dos últimos seis meses? Dos engraçados, dos que os trazem o riso, a descontração.

Para falarmos do riso e sua história, levaríamos muito mais tempo do que dispomos hoje. Desde a interpretação de Darwin, que afirmou que o riso atual é a evolução de uma expressão facial de ataque até a expressão emocional que temos hoje, até às ultimas descobertas dos efeitos do riso em nosso metabolismo .Sabe-se hoje que ele é fator importante para a secreção de enzimas que protegem o estômago, que ajuda no aumento de anticorpos naturais do organismo que combatem infecções respiratórias. O riso também ajuda no transporte de nutrientes e oxigênio para os tecidos corporais, liberando também endorfinas que atuam como analgésico natural. O riso provoca a liberação de um neurotransmissor chamado serotonina, que agiliza a comunicação entre os neurônios. Se, ao contrário, o organismo se encontra submetido ao estresse ou está sobrecarregado de tensão, os circuitos neurais acusam a falta de serotonina, alterando assim a comunicação entre estes e, consequentemente, provoca o desequilíbrio do organismo afetando, portanto, o processo cognitivo. O riso é um grande facilitador do aprendizado. Nérici (1973, p.14) afirma que: "A educação tem de se inspirar na Filosofia devido à convicção de que o homem não pode ser tratado como objeto, mas como algo excepcional que se revela pela sua criatividade, sua tendência para a liberdade, sua capacidade de auto-limitar-se e de aspirar, bem como a sua inquietação interior, que o impele para o transcendental". Precisamos muitas vezes articular um pequeno mas sincero sorriso a fim de nos aproximarmos de alguém e isto também se dá no processo ensino-aprendizagem. Fazemos nossas as palavras de Grisi (1985, p. 11) quando diz: "O regime de disciplina férrea não cria caracteres viris, antes pode formar indivíduos subservientes ou amargurados.”.

O humor e o seu efeito, o riso, atuam como antídotos à desconfiança e ao stress .Herbert Lefcourt um eminente psicólogo da Universidade de Waterloo, no Canadá, estudou a hipótese de que o senso de humor, e o seu uso, podem alterar a nossa resposta ao stress. Na sua pesquisa, pessoas foram consultadas sobre a freqüência e a severidade de mudanças estressantes ocorridas com elas nos últimos seis meses, e os seus recentes distúrbios de temperamentos eram avaliados. Lefcourt aplicou testes de avaliação de humor, percepção de humor, riso, e esforços de inclusão de humor e riso nas formas de vida de cada um. Resultados da pesquisa mostraram que a habilidade de incluir a prática e o senso de humor podem alterar positivamente as perturbações de estados de espírito resultantes de eventos negativos. Não fumar, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos, já está provado, são medidas que fazem viver mais e melhor. Agora, a medicina estuda a importância do bom humor e dos sentimentos positivos na prevenção de determinadas doenças e até mesmo como fator de recuperação de pessoas vitimadas por moléstias graves. O surradíssimo ditado "rir é o melhor remédio" começa, enfim, a ganhar respaldo científico. Pesquisas recentes comprovam que boas risadas (nada a ver com aquelas que somos obrigados a dar quando o chefe conta uma piada sem graça) podem ter o efeito de uma sessão de ginástica. Protegem o coração, aliviam o stress, fortalecem o sistema imunológico, facilitam a digestão e limpam os pulmões (veja quadro).

A risada é o principal objeto da maioria desses estudos, por se tratar da expressão mais explícita do bom humor e da positividade. Sua interferência no funcionamento do corpo é, portanto, mais fácil de ser medida. "Quando rimos, rimos com o corpo todo", define o psiquiatra americano William Fry, da Universidade Stanford, especialista no assunto. Um dos seus maiores efeitos é reduzir a liberação dos hormônios associados ao stress, o cortisol e a adrenalina. Em excesso, essas substâncias enfraquecem as defesas do organismo e elevam a pressão arterial, criando o cenário para o desenvolvimento de infecções e para um infarto. Um estudo revelador sobre os benefícios do bom humor para a saúde do coração foi conduzido pelo patologista Lee Berk, diretor do Centro de Neuroimunologia da Universidade de Loma Linda, na Califórnia. A equipe do doutor Berk acompanhou durante um ano 100 homens que já haviam enfartado, monitorando diariamente a pressão arterial, as taxas de adrenalina e as doses de medicamentos de cada paciente. Eles foram divididos em dois grupos, dos quais um era obrigado a assistir meia hora por dia a uma comédia televisiva. O resultado foi surpreendente: os que foram submetidos às sessões de risada sofreram menos episódios de arritmia, apresentaram redução na pressão arterial e tiveram de tomar menos remédios contra angina. A recorrência de infarto no grupo dos risonhos foi de 8%. No outro, de 42%.

  • O humor nos permite mudar a perspectiva de nossos problemas, e com o afastamento, nos permitimos sentir autoprotegidos, com o ambiente à nossa volta sob controle. Freud anotou a poderosa influência psicológica do estado de humor: Como o espirituoso e o cômico, o humor tem um elemento de libertação. É o triunfo do narcisismo, a assertiva vitoriosa do ego de sua própria invulnerabilidade,”(Chistes, 1905). Quando optamos por rir de ou sobre uma determinada situação, nós passamos a nós mesmos a mensagem sutil: ”Veja, Isto não é tão ameaçador. É risível e absurdo de certa maneira. “Não posso levar tão a sério.”

  • A palavra humor tem muitos significados. “A raiz de onde advém é “umor”“, significando líquido, fluido. Na Idade Média e Renascença, humor era um dos quatro fluidos básicos do corpo que determinavam o temperamento e saúde humanos (sangüíneo, fleumático, colérico, melancólico). Um dicionário define humor como “a qualidade de ser risível ou cômico” ou “estado da mente, temperamento, espírito”. Humor, em todos os sentidos, é algo que flui, envolvendo características básicas do indivíduo que se expressam no corpo, em temperamentos e reações emocionais, e em maneiras de sentir, pensar, e de espírito. As qualidades de humor e espírito são similares, e interdependentes Ou, como Sócrates resumiu: “Da mesma forma que não se cuida dos olhos sem se cuidar da cabeça, da cabeça sem se cuidar do corpo, não se cuida do corpo sem se cuidar da alma”.

  • Rimos porque nos sentimos aliviados. Freud e Bergson, cada um à sua maneira, indicaram a importância. MOODY Jr. (1978, p.133) citando Freud, que diz: Assim como a sagacidade e o engraçado, o humorismo possui em si um elemento liberador. Porém, também possui algo sutil e animador, que falta nas duas outras formas de extrair prazer de uma atividade intelectual. Sem dúvida, o que há de sutil nele é o triunfo do narcisismo, afirmativa vitoriosa do ego sobre a sua própria invulnerabilidade. Recusa-se a ser ferido pelas flechas da realidade ou ser compelido a sofrer. Insiste em ficar imune aos ferimentos do mundo exterior, na verdade, que estes são apenas oportunidades para alcançar o prazer. Este último traço é uma característica fundamental do riso. Para Schoppenhaurero,

O riso é o resultado da súbita transformação de uma expectativa tensa em nada. Nos circos, nos intervalos entre os números arriscados de domadores e trapézios, recorre-se aos palhaços para aliviar a tensão da platéia. E na origem dos palhaços, dos seus antepassados, os bufões e os bobos da corte, encontramos os fundamentos da caricatura e do humor gráfico.

  • O riso foi desde o ínicio entendido como a resultante direta dos baixos instintos. Platão desconsiderou a comédia na sua República e Aristóteles deduziu que era produzido abaixo do diafragma, em meio aos calores excrementícios. E por isso mesmo, condenável na maior parte de suas manifestações. Era sempre associado à zombaria, ao sarcasmo e ao deboche. Para os cristãos, uma invenção do diabo. Apesar de registros de ocorrências cômicas na Igreja, o riso era desestimulado como uma facilitação ao pecado e ao prazer. Nas cortes, utilizavam as deformações e os anões para induzirem o riso dos nobres. Os anões se transformavam em bobos da corte. Produziam um efeito cômico imediato, pois nisto reside à maneira mais simples de explicarmos o riso. Entre a figura austera e padronizada do rei e a do bobo (a sua réplica reduzida, fora do padrão) produz-se a justaposição e a comparação, cujo efeito é o riso.

Nas últimas luzes do Renascimento, no século XVII, o riso escapa da censura da Igreja através do desenho dos irmãos Carracci, e nasce a caricatura, ou o ritrati carichi, o retrato carregado. Pelo mesmo mecanismo do bobo da corte, eles modificam a figura humana para torná-la idêntica a um anão, e com isso, atingir o cômico. Nascia assim uma nova expressão da arte visual que, impulsionada pelo desenvolvimento da Imprensa, da litografia e outros meios de reprodução, atingiria rapidamente o gosto popular, tornando-se em duzentos anos um dos principais registros da cultura de uma época. Até hoje.Estamos falando da caricatura , e de seus filhos modernos:

· O retrato-caricatura , ou portrait.charge

· A charge, a interpretação indignada de um tema.Ou, na minha definição, é como um bisturi que lanceta o tumor da injustiça, mas cuja lâmina é a compreensão do leitor.

· O cartum, onde se procura , o divertimento simplesmente, ligado a personagens e costumes.

· O desenho de humor, onde o espanto advém ligado ao surrealismo e , quase sempre , á poesia. É , para mim, o encontro do lápis, do papel em branco, e da liberdade.